Quarta-feira, 26 de outubro de 2011
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INVESTIMENTO
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A Klabin vem negociando com o governo do estado e municípios da Região dos Campos Gerais o investimento em uma nova fábrica de celulose que começaria a produzir no Paraná a partir de 2015. A companhia, que já tem uma fábrica de papel e cartões em Telêmaco Borba, está escolhendo o município que vai sediar o megaprojeto. Segundo fontes que acompanham as conversas, o investimento pode chegar a R$ 5,8 bilhões, mas ainda não se sabe quantos novos empregos seriam gerados.
Os recursos devem incluir, além da instalação da fábrica, os ativos florestais necessários para o fornecimento de madeira para a produção, segundo fontes do mercado. Se confirmado, o investimento deve ser o segundo maior do estado nos últimos anos, atrás apenas da ampliação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (região metropolitana de Curitiba), orçada em cerca de R$ 10 bilhões.
Partilha inédita
O acordo que está sendo estudado entre empresa, estado e municípios é
inédito e prevê a partilha de ICMS entre as cidades que fornecerão madeira para
a linha de produção. A Klabin teve uma reunião com representantes do governo e
municípios para discutir o assunto há cerca de dois meses, segundo fontes que
estão próximas à negociação. Tradicionalmente o ICMS fica com o município em
que é instalada a fábrica, mas alguns estados - como o Rio Grande do Sul - vêm
possibilitando a divisão do ICMS entre as cidades envolvidas na cadeia de
produção.
Segundo o prefeito de Tibagi, Sinval Silva (PMDB), a intenção é que 50% do ICMS
gerado pela Klabin seja distribuído entre os municípios fornecedores de
matérias-primas. Silva diz que estão em estudo critérios como fornecimento de
madeira, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e população para a divisão do
ICMS. A empresa deve se enquadrar no programa de incentivos Paraná Competitivo.
A Klabin havia anunciado, há cerca de dois anos, seus planos de construir uma
fábrica de celulose no Paraná, com capacidade para algo entre 1,3 milhão e 1,5
milhão de toneladas anuais. O prefeito de Ortigueira, Geraldo Magela (PSDB),
diz que a Klabin tem cerca de 17,3 mil hectares de florestas no município, com
potencial para a ampliação de áreas no futuro. Segundo ele, a empresa informou
que tem planos de começar a produzir a partir de 2015. Além do suprimento de
madeira, a empresa está interessada na logística de escoamento da produção e na
proximidade de rios para fornecimento de água.
O último grande investimento da empresa no estado foi de R$ 2 bilhões, em 2007,
na unidade de Telêmaco Borba. A Klabin, que no primeiro semestre de 2011
faturou R$ 1,9 bilhão - 9% mais do que no ano passado - tem 17 unidades industriais
no Brasil e na Argentina e 212 mil hectares de florestas plantadas. A
fabricante lucrou R$ 303 milhões no primeiro semestre deste ano, 178% mais do
que no mesmo período de 2010.
Área exigida de plantio seria de \"sete Curitibas\"
O megaprojeto da Klabin promete movimentar o setor florestal no estado. Parte
significativa do investimento deve ser direcionada à aquisição de ativos
florestais. Um cálculo da consultoria Consufor, especializada no setor, aponta
que, para uma capacidade de produção anual de 1,5 milhão de toneladas de
celulose (1,35 milhão de toneladas de produção real), a empresa necessitaria de
cerca de 300 mil hectares de florestas plantadas. \"É uma área equivalente
a sete vezes um município como Curitiba\", diz Ederson de Almeida, diretor
da empresa. O consumo de madeira da nova fábrica de celulose deve ficar em 5,4
milhões de metros cúbicos de madeira fina - entre 8 e 18 centímetros de
diâmetro. Toda a celulose produzida deve ser direcionada para a produção de
papel, embalagens e cartões.
Ao todo, as florestas do estado - 847 mil hectares de pínus e eucalipto -
fornecem 10 milhões de metros cúbicos de madeira fina por ano. \"Hoje há um
equilíbrio entre oferta e demanda no mercado. Com os novos projetos de
ampliação, inclusive de outras empresas, haverá uma pressão pela oferta de
ativos florestais no estado\", diz.
Segundo Almeida, a tendência é de que a Klabin, além da compra de áreas para plantio, invista mais fortemente no fomento florestal e na aquisição de áreas já plantadas que estão hoje nas mãos de alguns fundos de investimento florestais. Outra opção será a diminuição do tempo de corte de pínus - hoje, em média, de 18 a 20 anos - para 16 anos.
fonte: Gazeta do Povo
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Fonte: Fernanda Rodrigues