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Apicultura

Apicultores de Ortigueira buscam Certifica??o de Proced?ncia do mel

Segunda-feira, 15 de outubro de 2012

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DIFERENCIAÇÃO PARA O MEL


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Os produtores de mel de Ortigueira estão em busca da Indicação Geográfica de Procedência (IGP). A indicação deve abrir novos mercados nacionais e internacionais, e aumentar o valor agregado do produto, o que terá impacto direto no aumento da renda dos apicultores da região e na economia local. A Associação dos Produtores Ortigueirenses de Mel (Apomel) busca o reconhecimento geográfico desde 2010 e a expectativa é a obtenção do selo em 2013.

A certificação garante a origem, os processos de produção e algumas características sensoriais dos produtos da região, conferindo-lhes destaque no mercado brasileiro e internacional. A IGP é concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Conforme Fabrício Pires Bianchi, consultor do Sebrae/PR, a certificação é uma ferramenta capaz de promover o desenvolvimento do município, que apresenta atualmente o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Paraná.  \"A estimativa é de que a identificação geográfica resulte em um aumento de 30% da rentabilidade dos produtores que integram a Apomel.\"

Além da Apomel e do Sebrae/PR, também estão envolvidas no processo de certificação a Prefeitura de Ortigueira, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFPR) e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

Diferenciação

Para comprovar as características peculiares do mel de Ortigueira, o Iapar, e a UTFPR, com a participação do Sebrae/PR e apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), realizaram uma pesquisa de análise da qualidade do produto.

O estudo analisou 83 amostras cedidas pelos produtores que fazem parte da Apomel e também outras 48 amostras que foram divididas em três grupos de três regiões próximas a Ortigueira para comparar a diferença entre os produtos. As amostras são referentes às safras de 2010 e 2011.

De acordo com a pesquisadora do Iapar que coordenadora da pesquisa, Maria Brígida dos Santos Scholz, tanto as características físicas (acidez, PH e cristalização) quanto às sensoriais (aroma, sabor e coloração) estão relacionadas da origem botânica. \"São as floradas que definem as peculiaridades do mel\", diz.

A pesquisa comprovou que o mel de Ortigueira é diferenciado, principalmente no que diz respeito à cor e a acidez. \"Nosso produto é mais claro e a acidez é mais baixa. Os resultados do estudo são importantes e justificam o pedido da certificação geográfica\", afirma Maria Brígida Scholz. 

Para os produtores, a pesquisa também possui relevância. Eles receberão o resultado da análise das amostras e poderão perceber os pontos positivos e as falhas do produto, melhorando ainda mais o processo de produção. O relatório apresenta uma tabela comparativa entre os valores referencias de qualidade e o valor de cada amostra individual.

Bem coletivo

A IGP é um bem coletivo e todos os associados da Apomel terão na embalagem do produto um selo que comprova a certificação. \"É uma ferramenta coletiva de promoção de comercialização dos produtos\", explica o consultor da área de apicultura, Fabricio Bianchi.

Entre os benefícios da certificação estão: a proteção dos produtos, reduzindo as falsificações; a proteção dos consumidores, que terão a origem e a qualidade do produto comprovada através do selo; proteção da riqueza, da variedade e da imagem dos produtos; e proteção do território, da cultura e da tradição de uma determinada região ao longo dos anos.

O processo de certificação iniciou na Europa com produtos como queijos, vinhos e azeites de oliva. Países como França, Portugal e Espanha já produzem mel certificados.



Fonte: Fernanda Rodrigues

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