No último sábado (20), foi realizada em Ortigueira a II Feira de Troca de Sementes Crioulas. Aproximadamente 500 pessoas passaram pela feira, que promoveu a troca de sementes entre produtores da agricultura familiar. O evento foi organizado pelo Campus Telêmaco Borba/UNED de Ortigueira.

Estiveram presentes camponeses, indígenas, estudantes do IFPR, professores, lideranças de movimentos sociais e moradores da região. O evento também contou com a participação de alunos de Agroecologia do Câmpus de Ivaiporã, do Grupo Mulheres em Movimento vinculadas ao Programa Mulheres Mil em Ortigueira e representações de agricultores de outros estados e organizações camponesas de países da América Latina, entre eles República Dominicana, Colômbia, Equador e Paraguai.

As sementes crioulas são aquelas conservadas e melhoradas pelas famílias de agricultores, e passadas de geração para geração. Foram cerca de 200 variedades de sementes na feira, como milho, feijão, arroz, abóbora, batata, mandioca, cana de açúcar, amendoim, mudas de essências florestais, entre outras.

Segundo o professor João Dremiski, do IFPR, a feira foi de grande importância e garantiu a continuidade de um trabalho pela valorização do homem do campo e pela geração de renda. \"É muito importante promovermos essa feira em Ortigueira. Existe uma variedade muito grande de sementes, que não pode ser perdida. Ao trocar sementes, os agricultores podem variar suas produções, garantindo alimentos de alta qualidade. O futuro pertence àqueles que conservam e multiplicam as sementes crioulas\", considera.

Para a estudante do Curso Técnico de Agroecologia do IFPR, Amalia Gelinski, a feira permite a troca não apenas de sementes, mas de conhecimentos. \"Estamos transformando a missão da agricultura familiar/camponesa e indígena para que não dependa de nenhuma empresa ou país. Esse tipo de agricultura é fundamental garantir a segurança dos alimentos\".